"Chegará o dia em que todo homem conhecerá o íntimo dos animais. Nesse dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a própria humanidade."
Educar a criança para visualizar um mundo melhor - Iride Eid Rossini irideeidrossini@hotmail.com
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14 de out. de 2012
25 de ago. de 2012
Girafa 'vela' filhote morto e levanta discussão sobre luto de animais
Cientistas observaram comportamento de girafas em reservas na África e chegaram à conclusão que a espécie está no grupo do animais que sentem a morte de companheiros
"Velar" filhote é comportamento incomum para girafas
Um curioso incidente a respeito de uma girafa morta reabriu a discussão sobre se os animais sofrem por seus mortos.
Zoólogos testemunharam uma girafa mãe se recusando a sair de perto do corpo de seu filhote morto, no terceiro incidente do tipo registrado.
Outros animais sociais, como elefantes e chimpanzés, são conhecidos por examinar atentamente os corpos de seus mortos, especialmente de parentes próximos. Esse tipo de comportamento levanta discussões sobre a possibilidade de que os animais tenham um "modelo mental" de morte.
Detalhes do último incidente foram publicados no African Journal of Ecology.
O professor de zoologia Fred Bercovitch, pesquisador do Primate Research Institute &Wildlife Research Centre na Universidade de Kyoto, no Japão, e da Giraffe Conservation Foundation, com sede em Surrey, na Grã-Bretanha, testemunhou um desses episódios.
Enquanto observava girafas no South Luangwa National Park, na Zâmbia, Bercovitch testemunhou uma girafa se inclinar sobre seu filhote natimorto. Ela passou vários minutos lambendo o filhote, antes de levantar.
A girafa repetiu o comportamento algumas vezes, ficando ao todo mais de duas horas examinando do filhote que perdeu.
Comportamento
Esse comportamento é surpreendente por diversas razões. As girafas fêmeas raramente passam tempo sozinhas, e no entanto esta passou horas com seu filhote morto, longe das outras fêmeas.
As girafas também raramente se inclinam, a não ser para beber ou comer. E, a não ser por dois outros episódios semelhantes, as girafas não costumam ser vistas examinando atentamente seus mortos.
"A reação maternal a seu filhote morto não foi tão prolongada quanto a observada em elefantes africanos", escreveu Bercovitch. Elefantes e chimpanzés, ambos vivendo em grupos altamente sociais, já foram observados aparentemente sofrendo a perda de seus mortos .
Os elefantes ficam agitados quando um membro de sua manada morre, examinam o morto e geralmente protegem os corpos. Há registros de chimpanzés carregando seus filhotes mortos. Geralmente, filhotes mais velhos são carregados por mais tempo.
Episódios
No caso das girafas, em um dos três episódios registrados até agora, em 2010, no Quênia, uma girafa fêmea passou quatro dias ao lado do filhote de um mês que havia acabado de morrer. O comportamento foi observado pela bióloga Zoe Muller.
Dezessete outras girafas fêmeas cercaram o corpo do filhote em diferentes momentos ao longo dos quatro dias.
No incidente da Zâmbia, testemunhado por Bercovitch no fim do ano passado, a girafa ficou duas horas com o filhote, que aparentemente nasceu morto.
O terceiro episódio foi registrado em 2011, na Namíbia, quando uma manada de girafas parou para inspecionar o local em que uma jovem fêmea havia morrido três semanas antes.
Uma girafa macho parou de caminhar e farejou o terreno. Quatro outros membros da manada examinaram o local da mesma maneira.
Laços
No entanto, enquanto o comportamento de elefantes e primatas tem sido usado para sugerir que alguns mamíferos são capazes de conceituar a morte, Bercovitch se mantém cauteloso.
Os episódios claramente mostram que girafas mães formam laços com seus filhotes de maneira mais profunda do que se pensava, diz Bercovitch.
Mas a importância da descoberta também pode residir mais no fato de que amplia o número de espécies que reagem quando parentes ou membros de seu grupo morrem.
Somente ao coletar evidências de várias espécies os cientistas poderão começar a investigar se os animais sofrem por seus mortos, e em que momento da evolução essa característica apareceu.
14 de fev. de 2012
31 de jan. de 2012
No reino das borboletas
À beira de um charco, formosa borboleta, fulgurando ao crepúsculo, pousou sobre um ninho de larvas e falou para as pequenas lagartas, atônitas:
- Não temais! Sou eu ... Uma vossa irmã de raça! ... Venho para comunicar-vos esperança. Nem sempre permanecereis coladas à erva do pântano!. Tende calma, fortaleza, paciência! ... Esforçai-vos por não sucumbir aos golpes da ventania que, de quando em quando, varre a paisagem. Esperai! Depois do sono que vos aguarda, acordareis com asas de puro arminho, refletindo o esplendor solar ... Então, não mais arrastareis, presas ao solo úmido e triste. Adquirireis preciosa visão da vida! Subireis muito alto e vosso alimento será o néctar das flores ... Viajareis deslumbradas, contemplando o mundo sob novo prisma! ... Observareis o sapo que nos persegue, castigado pela serpente que o destrói e vereis a serpente que fascina o sapo, fustigada pelas armas do homem! ...
Enquanto a mensageira se entregava a ligeira pausa de repouso, ouviam-se exclamações admirativas:
- Ah! Não posso crer no que vejo!
- Que misteriosa e bela criatura! ...
- Será uma fada milagrosa?
- Nada possui de comum conosco ...
Irradiando o suave aroma do jardim a que se demorava, a linda visitante sorriu e continuou:
- Não vos confiei à incredulidade! Não sou uma fada celeste! Minhas asas são parte integrante da nova forma que a Natureza vos reserva. Ontem vivia convosco; amanhã, vivereis comigo! Equilibrar-vos-ei no imenso espaço, deferindo vôos sublimes à plena luz! Libertadas do chavascal, elevar-vos-ei, felizes! Conhecereis a beleza das copas floridas e o saboroso licor das pétalas perfumadas, a delicia da altura e a largueza do firmamento! ...
Logo após, lançando carinhoso olhar à família alvoroçada, distendeu o corpo colorido e, volitando, graciosa, desapareceu.
Nisso chega ao ninho a lagarta mais velha do grupo, que andava ausente, e, ouvindo as entusiásticas referências das companheiras mais jovens, ordenou, irritada:
- Calem-se e escutem! Tudo isso é insensatez ... Mentiras, divagações ...Fujamos aos sonhos e aos desvarios. Nunca teremos asas. Ninguém deve filosofar ... Somos lagartas, nada mais que lagartas. Sejamos práticas, no imediatismo da própria vida. Esqueçam-se de pretensos seres alados que não existem. Desçam do delírio da imaginação para as realidades do ventre! Abandonaremos este lugar amanhã. Encontrei a horta que procurávamos ... Será nossa propriedade. Nossa fortuna está no pé de couve que passaremos a habitar. Devorar-lhe-emos todas as folhas ... Precisamos simplesmente comer, porque, depois, será o sono, a morte e o nada ... nada mais ...
Calaram-se as larvas desencantadas.
Caiu a noite e, em meio à sombra, a lagarta chefe adormeceu, sem despertar no outro dia. Estava ela completamente imóvel.
As irmãs, preocupadas, observavam curiosas o fenômeno e puseram-se na expectativa.
Findo há algum tempo, com infinito assombro, repararam que a orgulhosa e descrente orientadora se metamorfoseara numa veludosa falena, voejante e leve ...
Anotando a lição breve e simples, creio que há muitos pontos de contato entre o reino dos homens e o reino das borboletas.
IRMÃO X, CHICO XAVIER, CONTOS E APÓLOGOS, FEB
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